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IFSC recebe sua segunda patente de propriedade industrial

INOVAÇÃO Data de Publicação: 09 jun 2020 11:52 Data de Atualização: 09 jun 2020 12:02

O IFSC recebeu no último dia 2 sua segunda patente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). A inovação, de autoria do professor Milton Pereira e depositada para análise em 2015, permitirá que equipamentos de processamento de materiais por laser possuam uma funcionalidade adicional, que poderá melhorar as condições de processamento de impressão 3D em metal. “O seu uso pode ser amplo no meio industrial, englobando diferentes processos, materiais e aplicações. Essa patente em particular visa dar mais produtividade no processamento com laser, permitindo a alteração de características da energia que é entregue ao processo”, destaca o autor.

Quando questionado como começou o trabalho que originou a patente, Milton conta que, enquanto era professor no IFSC, teve a oportunidade de realizar um pós-doutorado em 2013, no Fraunhofer Institut für Lasertechnik - ILT, vinculado à RWTH Aachen, na Alemanha. “Este instituto é um dos mais avançados em nível mundial em pesquisas relacionadas ao desenvolvimento e aplicação de fontes Laser. Ao ter contato com o ‘estado da arte’ dessa área, pude desenvolver pesquisas aplicadas e pude ter acesso a seminários e publicações que traçavam os próximos passos a serem dados nas pesquisas em algumas das áreas”, revela o docente, e acrescenta: “particularmente, na área de manufatura aditiva de metais, que é a área para a qual propus a patente concedida, surgiram ideias de inovações que poderiam compor as próximas gerações de desenvolvimento com processamento de materiais por laser. Foi daí que se originou não só essa patente, mas outras duas que continuam em análise pelo Inpi e foram depositadas na mesma época, todas tendo o IFSC como titular.

As outras duas patentes também se destinam a contribuir para as próximas gerações de impressoras 3D em metal. Segundo Pereira, em linhas gerais, busca-se apresentar soluções tanto para ganhar produtividade nos processos quanto para ampliar o volume das peças produzidas por manufatura aditiva em metal.

Todas as patentes foram submetidas após seu retorno do pós-doutorado, enquanto ainda era professor do IFSC. “Levei alguns meses refinando as ideias e preparando as documentações. Na época, ministrava ‘usinagem dos materiais’ para a Engenharia Mecatrônica, ‘engenharia de precisão’ para o mestrado profissional em Mecatrônica e disciplinas diversas para o curso técnico de Manutenção Automotiva, como ‘metrologia’, ‘combustíveis e lubrificantes’, ‘motores de combustão interna’, ‘segurança veicular’, entre outras, sempre alternando as disciplinas em respeito à carga horária semestral”, lembra.

Reconhecimento

Milton, em sua fala, reconhece a importância do IFSC para sua produção. “Essa patente só foi escrita porque o IFSC viabilizou a realização do pós-doutorado na Alemanha. Além disso, só foi possível se concretizar por causa da atuação no NIT (Núcelo de Inovação Tecnológica) do IFSC, que deu todo o apoio necessário em todas as etapas”, admite. Porém, ele adverte para a falta de recursos dirigidos à pesquisa: “Não houve a possibilidade de explorar a patente com a construção de bancadas e realização de experimentos para levar o desenvolvimento a novos patamares. Esse seria o benefício maior, já que contaria com o envolvimento de alunos, que aprenderiam mais sobre inovação e pesquisa aplicada, na prática. Infelizmente, desde a submissão da patente os recursos destinados à pesquisa e desenvolvimento na forma de editais foram ficando cada vez mais escassos, o que adiou os planos de consolidação dessa patente”.

Mesmo assim, Milton incentiva demais pesquisadores a seguir o caminho de patentear ideias. “Que isso possa motivar outros membros da comunidade do IFSC a seguir nessa direção. Profissionalmente, é uma grande satisfação e uma comprovação da minha atuação em inovação. Para a instituição, é o reconhecimento de quem incentiva a inovação e que busca sempre estar na vanguarda nos seus desenvolvimentos. A chave para o sucesso foi a atuação do NIT”, diz ele que, além das três patentes com o IFSC, tem outras quatro em análise no Inpi e outras duas em fase de elaboração para submissão. “No meio acadêmico, é muito importante produzirmos e difundirmos conhecimentos de qualidade. Uma patente é uma comprovação de que se caminha nessa direção. Com isso, também estamos prestando contas para toda a comunidade”, ressalta.

Atualmente, Pereira finaliza um período de afastamento de longa duração, tendo atuado como professor visitante na PIMA Community College, em Tucson, Arizona, EUA. Apesar de formalmente ser tratado como pós-doutorado, não tem a mesma finalidade de um pós-doutorado tradicional, que envolveria realização de atividades em pesquisa e desenvolvimento. “Minha atuação na PIMA é como docente na área de Mecatrônica. O perfil da instituição é muito parecido com o IFSC, com enfoque em educação profissional. Por conta da minha experiência em Mecatrônica, principalmente pelas atividades que desenvolvi no IFSC como docente em curso técnico, de graduação e mestrado profissional, acabei sendo selecionado entre professores do Brasil e do México para esse programa da Fulbright”, relata. Como próximos passos, Milton diz querer trazê-los para mais próximos do IFSC e da UFSC, onde hoje é professor do Departamento de Engenharia Mecânica, com a formalização de parcerias internacionais entre as instituições.

Atuação

A partir da criação do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), o IFSC começa a dar um tratamento no sentido de proteger os produtos e processos originados a partir das pesquisas realizadas por servidores e estudantes. “A conquista da segunda patente pela Instituição, demonstra a maturidade do trabalho que vem sendo desenvolvido e das ações direcionadas à qualificação das pesquisas e dos pesquisadores em inúmeros projetos com o envolvimento de toda a comunidade acadêmica, bem como do uso de toda a estrutura física disponível”, destaca o pró-reitor pro tempore de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação, Aílton Durigon.

Ele lembra que o processo para se chegar a uma invenção é lento; e que além de envolver muita energia e o conhecimento do pesquisador, passa por uma série de etapas que pode demorar muitos anos. “Este é um momento importante porque nos mostra que já temos capacidade de inventar e de proteger o que pesquisamos, nos traz confiança e a segurança de que nosso trabalho é qualificado”, coloca Durigon.

Aílton ressalta ainda que existe uma gama de processos industriais que necessitam de melhorias e a busca pela otimização destes pode conduzir a uma inovação, entretanto nem sempre uma invenção leva a uma aplicação imediata: “um grande desafio é agregar valor à invenção, fazer com que ela de fato seja transferida à indústria, melhorando a produtividade e a geração de novos produtos. Precisamos, a partir de resultados como este, estabelecer uma sinergia com os arranjos produtivos do entorno do IFSC colocando nossa capacidade e conhecimento na busca de soluções que de fato possam agregar valor econômico e social. Que além de melhorar os processos produtivos possam contribuir para a qualidade dos produtos e da vida das pessoas. Dessa forma, as pesquisas realizadas podem resolver desafios e gerar ideias garantindo a transferência de tecnologia para a sociedade”, finaliza ele.

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