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Alunos do Câmpus Lages trabalham em projeto de aerodesign

ENSINO Data de Publicação: 03 mai 2019 17:43 Data de Atualização: 03 mai 2019 18:15

Se você pudesse escolher um superpoder, qual seria? Os alunos Rafael Engels e Angélica Scariot, da terceira e quinta fase do curso de Engenharia Mecânica do Câmpus Lages do IFSC gostariam de poder voar e é justamente na área de aeronáutica que eles desenvolvem um projeto com a equipe Gralha Azul Aerodesign, para competir no programa SAE Brasil.

A ideia surgiu em novembro de 2018, quando os professores do curso Matheus Fontanelle, Anderson Correia e Rafael Pereira apresentaram a proposta de montar um projeto de extensão para participar da competição. Os alunos interessados começaram a se organizar e planejar. Com a equipe formada, o nome escolhido foi Gralha Azul, uma junção do objetivo de fazer a aeronave voar com o nome da ave que representa a região serrana de Santa Catarina.

A equipe Gralha Azul Aerodesign está dividida em áreas: aerodinâmica, desempenho, cargas, estabilidade e controle, estrutura, elétrica, CAD, administração e contabilidade. Todos os membros participam de uma área de projeto e outra administrativa. O grupo, atualmente composto por 21 estudantes e três professores, realiza reuniões semanais.

A competição

A competição acontece em São José dos Campos (SP) e tem duas etapas: a entrega de relatório do projeto e a competição. São dois semestres de trabalho: o primeiro projetando e o segundo construindo as aeronaves oficiais, respeitando as regras.

Um ano antes da competição, a equipe passa por um torneio de acesso, que acontece com envio de material de projeto e video da aeronave voando. Se classificada, pode participar da competição com classes de aeronave: micro, regular e advanced.

São cinco dias de competição. O primeiro é destinado a apresentação das equipes e do projeto para uma banca de engenheiros, com explicações técnicas, como as escolhas de geometria e material. Nos outros quatro, acontece o circuito de voo na pista de taxiamento, em que a aeronave faz uma volta e pousa.

A aeronave passa pela verificação geométrica e outros requisitos, por exemplo, não ter nenhuma peça quebrada. Após as verificações, dois membros da equipe aguardam na fila de voo para o circuito. A classificação do avião é em três baterias: ele voa primeiramente com no mínimo o dobro do peso da aeronave e depois pode voar todas as outras baterias da competição com qualquer carga. É possível pular a bateria caso a equipe considere que as condições não ajudam o avião.

O intuito é carregar o máximo de peso possível. “São aeronaves que pesam dois quilos levando dez quilos. Quando termina a bateria, você recebe a pontuação, pesam a aeronave e a carga, fazem um somatório e você volta para a bancada e prepara a aeronave novamente”, diz Rafael, que já participou da competição com a equipe “Céu Azul Aeronaves”, da UFSC.

Ele explica que, se a aeronave voar três vezes com a mesma carga sem nenhum defeito, tirando as penalizações, ganha uma bonificação de pontos que pode ser usada como estratégia no planejamento. “Ah, vou voar três vezes com a mesma carga para ganhar bonificação, ou, vou correr o risco de voar com uma carga um quilo maior e ganhar 50 pontos e perder bonificação. É uma competição estratégica e, quando a gente projeta teoricamente, sabe as limitações da aeronave.”, avalia. No dia os fatores climáticos podem interferir no desempenho da aeronave. “Você vai ter que sempre estar discutindo quais vão ser as novas cargas. É preciso ter um bom planejamento. No aerodesign, se você não tiver feito muito bem, ele não vai sair do chão e se voar vai cair”, comenta Rafael.

A competição acontece nos quatro dias até que haja possibilidade de competir e termina quando chegar no limite da pontuação. A pontuação é uma somatória da competição de voo (voando no dia) e de projeto (desempenho da equipe no ano). As ideias diferentes recebem menções honrosas, como em eficiência estrutural ou em aeronaves desafiadoras.

O projeto

Atualmente a equipe está organizando o projeto conceitual, escolha da asa (retangular, trapezoidal), fuselagem, geometria da cauda e definições de geometria da aeronave. “Qualquer mudança em geometria altera muito o desempenho da aeronave. A etapa agora é validar esses conceituais, através da comparação”, explica Rafael. Antes da construção do protótipo, o estudo é teórico e integra todo o projeto. O cronograma é para que no começo de junho inicie a construção do protótipo, o que pode durar de 15 dias a um mês. Neste ano a equipe participa do torneio de acesso.

Rafael considera que, com o projeto, os estudantes vivenciam o trabalho em equipe, um projeto real de engenharia e têm a oportunidade de conhecer o próprio câmpus. “Você está aqui e precisa buscar pessoas para ajudar, como nesse caso da divulgação do projeto. Também conhecer os projetos de extensão, o que os professores podem te ajudar a mais do que eles já fazem durante as aulas, seguir buscando algo muito além do que a própria faculdade entrega”, diz.

O capitão da equipe, Gabriel Schweitzer Morais, admite que não tinha conhecimento algum sobre aerodesign e aviação e que, com o projeto, viu a oportunidade de conhecer e se apaixonar pela área. “Pensar que estamos desenvolvendo um aerodesign desde a etapa inicial é incrível. Liderar a primeira equipe do câmpus é um desafio novo a cada dia e um sentimento de responsabilidade. Estou aprendendo muitas coisas também no âmbito de gestão, integração e motivação dos membros ao projeto. Acredito ser muito importante participarmos da primeira competição para o projeto continuar nos próximos anos. Queremos voltar depois de formados e ver que o projeto de aerodesign segue evoluindo cada vez mais. Isto não tem preço - é espetacular”, afirma.

Contato

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