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Estudantes desenvolvem aplicativo e hardware para empresa portuária

CÂMPUS ITAJAÍ Data de Publicação: 22 mar 2022 16:25 Data de Atualização: 22 mar 2022 20:32

Os estudantes de Engenharia Elétrica do Câmpus Itajaí do IFSC Isabelli Tavares, Nefi Estork e Fabrício Hermes desenvolveram um aplicativo e um hardware que está sendo utilizado pela APM Terminals em Itajaí. Isabelli e Nefi são estagiários da empresa e resolveram desenvolver o aplicativo para testar o desempenho de joysticks utilizados em máquinas tipo reach stacker,  que são empilhadeiras utilizadas para transportar os contêineres dentro dos terminais portuários. “O joystick é um componente eletrônico que tem botões analógicos e digitais e é um equipamento bastante sensível que costuma quebrar com muita frequência. Quando eles estão com problemas, nós não tínhamos como testá-los, era preciso tirá-los da máquina e colocar em outro equipamento. Só assim conseguíamos descobrir se o problema era no joystick ou em outro componente.  O que demanda tempo porque nem sempre é fácil identificar qual componente está com problema. Nossa proposta foi pensar em um modo mais eficaz e rápido em que fosse possível testar cada um dos botões e gerar gráficos em tempo real”, explica Isabelli. 

Os joysticks utilizados nos equipamentos de reach stackers costumam passar por manutenções, por pelo menos, duas vezes ao mês. “A gente ainda costuma enviar os joysticks para reparos, mas agora conseguimos mapear o problema antes de enviar o componente para o conserto. Quando o joystick volta do reparo também é possível identificar no próprio software se ele está funcionando. Antes não se tinha essa confiabilidade, perdia-se muito mais tempo com o reparo e o conserto era mais caro porque não se tinha mapeado o erro. Com o software, nós conseguimos agora verificar o mínimo e o máximo de tensão nesses componentes, testar cada um dos botões e gerar gráficos e relatórios.”

Nefi explica que os problemas no joystick costumam ser intermitentes e que isso dificultava a manutenção. “Era difícil saber se era ruído ou um problema de intermitência, com o gráficos e os relatórios em tempo real conseguimos identificar os erros.  Desde que passamos a usar o software, não precisamos mais fazer a substituição de nenhum joystick.“

Como não é possível conectar o joystick direto no computador foi preciso pensar em um hardware que fizesse essa interface. Por isso, eles desenvolveram um equipamento que serve para apoio do joystick para fazer os testes do componente. O hardware consiste em uma caixa onde é colocado o joystick que é acoplado a uma placa de aquisição de dados e assim os dados são enviados para o computador. 

Tanto o software quanto o hardware foram desenvolvidos pelos estudantes Néfi e Fabrício ao longo da unidade curricular de Projeto Integrador 2 do curso de Engenharia Elétrica e durante o estágio não obrigatório de Isabelli em que contaram com a supervisão do professor do Câmpus Itajaí Sérgio Bitencourt Petrovcic. 

A proposta dos estudantes é continuar desenvolvendo equipamentos para reach stackers. Na unidade curricular de Projeto Integrador 3 do curso de Engenharia Elétrica, eles estão desenvolvendo um simulador da máquina de empilhadeira que contará com joystick, volante e pedais para treinamento das equipes que utilizam o maquinário. “A ideia é simular agora toda cabine da máquina para poder usar em casos de treinamento de operadores portuários e de investigação de acidentes”, comenta Isabelli. 

Fabrício explica que eles começaram a trabalhar no projeto do simulador utilizando um jogo de videogame e fizeram modificações para simular a utilização da máquina de reach stacker. “Nós conseguimos usar o joystick para a operação da máquina e agora a ideia é trabalhar em um software de desenvolvimento de jogos (engine) para permitir que possamos criar situações reais em que o operador consiga simular o uso do equipamento por meio do software.”

Para a execução do simulador foi aprovado o projeto de pesquisa “Simulador 3D imersivo para treinamentos em máquinas tipo reach stackers e espelhamento remoto de operação em tempo real” no Câmpus Itajaí e a proposta é que os estudantes e o professor trabalhem para o desenvolvimento do protótipo até o mês de setembro. 

Empresa estuda utilizar o software em outros terminais portuários

A APM Terminals atua em mais de 70 terminais portuários no mundo e a empresa tem interesse em utilizar o software e o hardware desenvolvidos em outras unidades. “Com o software, reduziu-se o tempo de parada dos equipamentos ao mesmo tempo em que foi possível identificar com mais precisão as falhas. A solução poderá ser compartilhada e adotada em outros terminais que tenham interesse”, explica Leandro Manhas, que é coordenador elétrico do departamento de manutenção da unidade da empresa em Itajaí. 

O representante da APM Terminals avalia que o trabalho em conjunto da empresa e do IFSC contribui tanto para a melhoria dos processos quanto para inserção dos estudantes no mercado de trabalho. “Entendemos que a aproximação entre a APM Terminals e uma importante instituição de ensino como o IFSC traz grandes benefícios tanto à empresa, que pode contar com o conhecimento acadêmico aplicado em melhorias internas, quando para os alunos, ao oportunizar vivência e prática no mercado de trabalho. Também oferece aos estudantes uma formação mais próxima das necessidades do mercado de trabalho atual para uma melhor preparação.”

O professor do Câmpus Itajaí Sérgio Bitencourt Petrovcic também avalia como positiva a aproximação entre a academia e o setor produtivo. “Todos se sentem mais motivados quando aplicamos os conhecimentos técnicos em uma situação real. Para o estudante é importante ver a aplicação prática do conhecimento.” 

O curso de Engenharia Elétrica do Câmpus Itajaí foi pensando para a formação de um profissional generalista que possa atuar em diversas áreas. É um curso em que o estágio é obrigatório e que a extensão faz parte do currículo, ou seja, é fundamental que os estudantes desenvolvam ações de melhoria dos processos nas comunidades e nos setores onde atuam. 

Estagiários recebem prêmios pelo trabalho desenvolvido na empresa

Isabelli e Nefi foram premiados pela APM Terminals com o prêmio Star Awars por seus desempenhos durante o estágio. Além do software e do hardware, eles se destacaram pelo trabalho realizado com a equipe de colaboradores para a implementação do 5S no setor de departamento de manutenção e por melhorias nos processos de ordens de serviço. “No caso dos estudantes, a premiação de reconhecimento do trabalho realizado deve-se, principalmente, à dedicação ao trabalho, buscando e pesquisando soluções para a melhoria dos processos. A presença dos alunos na rotina das nossas atividades faz com que eles possam enxergar nossas dificuldades e ao mesmo tempo conseguirem trazer as lições aprendidas na faculdade para dentro da empresa”, avalia Leandro  Manhas, que é coordenador elétrico do departamento de manutenção da unidade da empresa em Itajaí. 

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