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Câmpus Florianópolis volta 100% ao presencial após dois anos com boas experiências em ANP

CÂMPUS FLORIANÓPOLIS Data de Publicação: 29 mar 2022 11:01 Data de Atualização: 29 mar 2022 14:05

A partir de 4 de abril, o Câmpus Florianópolis volta com aulas 100% presenciais. As atividades não presenciais (ANP) foram necessárias. E foi um desafio manter a qualidade de ensino após quase dois anos em ANP. Foram dois anos de muito aprendizado e, dessa vez, quem teve que aprender muita novidade não foram só estudantes, mas também os docentes. Em uma instituição de ensino cuja marca registrada são as aulas práticas, encontrar maneiras de mantê-las em ANP foi um obstáculo imenso.

Se há algo perto de unanimidade é a opinião, entre estudantes e professores, de que as aulas de laboratório presenciais são melhores do que as ANP. Mas também é quase unanimidade de que a qualidade de ensino do Câmpus Florianópolis foi mantida em um ótimo nível, dentro do cenário possível. Um dos reflexos mais visíveis foi a alta taxa de aprovação no vestibular da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Em 2022, mais uma vez, o Câmpus Florianópolis do IFSC foi a escola de Ensino Médio catarinense com mais de 20 alunos inscritos com maior índice de aprovação (52,92%) - isso que boa parte das escolas, particulares e públicas, já tinham voltado ao presencial no começo de 2021, ainda que com revezamento (o que só aconteceu no IFSC a partir de outubro).

A fórmula para esse sucesso – dentro de um cenário de pandemia e distanciamento social – foi o planejamento, após o susto inicial. “A pandemia pegou toda a comunidade IFSC de surpresa. Foram necessárias diversas adaptações, e com elas vários desafios, tais como, a elaboração e organização das atividades remotas; como desenvolver as atividades práticas que exigem laboratórios presenciais; o incentivo a participação dos estudantes; evitar evasão e retenção; enfim, tudo muito desafiador”, relembra o coordenador de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação do Câmpus Florianópolis, Marcos Pisching.

Quando a pandemia deixou claro que não seria “duas semanas”, o câmpus organizou e publicou editais de Apoio ao Desenvolvimento de Projetos de Pesquisa com Finalidade Didático-Pedagógica em Atividades Não Presenciais de Cursos Regulares no Câmpus Florianópolis. O objetivo era estimular a pesquisa aliada à melhoria das práticas do processo ensino-aprendizagem, de modo a contribuir para a formação dos alunos envolvidos nas atividades.

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Do primeiro edital, já com vigência encerrada, alguns resultados bastante otimistas foram publicizados durante a SNCT 2021. “Bastante otimistas porque demonstraram que os recursos alocados para a execução dos projetos foram importantes para a compra de materiais para viabilizar e melhorar a produção de aulas remotas e até mesmo permitir que estudantes pudessem ter em suas residências componentes/materiais necessários para o desenvolvimento de algumas atividades práticas seguindo as orientações dos docentes remotamente”, explica Pisching.

Segundo ele, isso condicionou o desenvolvimento das atividades e melhorou as aulas referentes aos projetos que foram contemplados, proporcionando ganhos significativos e impactando diretamente nas atividades de ensino. “Quanto ao segundo edital, ainda vigente, espera-se também boas contribuições, até mesmo porque as experiências vivenciadas no primeiro servirão de amparo para alavancar os seus resultados. Vale destacar que alguns projetos contemplados serão apresentados por seus coordenadores durante a Semana Pedagógica”, destaca o coordenador, referindo-se ao painel de encerramento da semana, que marca o começo do semestre letivo de 2022.1. A apresentação das ANP exitosas, realizadas com edital do câmpus, será no dia 1º de abril, das 9h às 11h e pode ser conferida ao vivo no Youtube.

Boas práticas em ANP

O básico para a boa execução das atividades, especialmente quando os alunos começaram a retornar ao câmpus, foi o investimento em dispositivos adequados à transmissão ao vivo ou gravação das aulas ministradas presencialmente, de forma a possibilitar o acompanhamento ou interação por estudantes que permaneceram em casa. O Departamento Acadêmico de Construção Civil (DACC) foi um dos que comprou esse tipo de equipamento. “Primeiramente, este projeto foi implementado no curso técnico em Agrimensura, por isso iniciativa do corpo docente, tendo o professor Renato Zetehaku assumido a coordenação de tal implementação. Após a nossa avaliação positiva da experiência , resolvemos expandir o modelo para todo o DACC.” conta Vicente Naspolini, chefe do departamento.

Assim, os demais cursos do DACC (Edificações, Meio Ambiente e Saneamento) submeteram projetos similares ao Edital 26/2021. “Basicamente, o kit compreende uma webcam para filmar o professor no quadro (ou em outra atividade, como ensaios em laboratório) e um microfone sem fio para captar a voz do professor com clareza e dar liberdade de movimento a ele. Outros itens complementares são tripé para a câmera, hub USB e cabo extensor USB para possibilitar o deslocamento e distanciamento da câmera e receptor do microfone em relação ao computador e placa de som externa para melhoria do áudio captado”, detalha Naspolini.

De olho na EAD

O Departamento Acadêmico de Saúde e Serviços (Dass) também adquiriu os kits. No curso técnico subsequente em Meteorologia, uma sala foi montada pensando no ensino híbrido. E a experiência com as ANP trouxe “sonhos” maiores. “Quando ainda estávamos pensando no que seria possível fazer, a gente começou do básico, que eram as videoaulas. Eu usei diversas ferramentas gratuitas de edição de áudio, vídeo, para fazer vinhetas, foi uma batalha. No começo, levávamos horas para produzir uma videoaula de 20 minutos”, relembra o coordenador do curso, Eduardo Beck.

Ele conta que, com o tempo e com a chegada das atividades síncronas (aulas “ao vivo”), a equipe foi pegando o jeito. Mesmo em um curso extremamente prático, com as medições em estações meteorológicas, por exemplo, as adaptações foram surgindo efeito. “E, para a nossa surpresa, começamos a receber estudantes de diversas regiões do Brasil. Isso nos chamou a atenção, pois percebemos que existe uma demanda para um curso em Educação a Distância na nossa área”.

O professor Daniel Calearo, também da Meteorologia, reforça que ficou claro que ANP não é Educação a Distância, mas que a identificação da demanda e a experiência com as videoaulas e avaliações remotas já trazem uma visão do que seria possível fazer. Beck afirma que, independentemente da EAD, todo o material utilizado durante as ANP será oferecido com um repositório e um conteúdo complementar. “Cada estudante poderá acessar e rever uma aula sobre um conceito, rever um vídeo sobre como coletar dados na estação meteorológica, enfim, uma forma a mais de estudar e fixar o conteúdo”, diz o coordenador do curso.

Laboratório remoto

Mas os editais não serviram apenas para a compra de kits que permitiram a transmissão das aulas. No Departamento Acadêmico de Eletrotécnica (DAE), o professor Bruno Dupczak inscreveu um projeto para a compra de Kit didático para o ensino de retificadores não-controlados.

No Departamento Acadêmico de Eletrônica (DAELN), os professores Reginaldo Steinbach e Renan Starke apostaram na ampliação do laboratório remoto Visir para a implementação de circuitos externos. O Projeto VISIR + é um projeto que foi desenvolvido em parceria em 12 instituições de seis países em dois continentes: Europa e América Latina.

O laboratório permite ao estudante realizar experimentos de eletricidade e eletrônica diretamente a partir do seu navegador, com acesso a equipamentos de instrumentação, tais como osciloscópio, multímetro, gerador de funções e fonte de alimentação. Os circuitos implementados são efetivamente montados com componentes reais e as medidas efetuadas são adquiridas e transmitidas via internet.

“Nós já tínhamos experiência com o Visir, mas ele tinha limitações, tanto em relação ao número de experimentos quanto a funcionalidades. Com a expansão, foi possível aumentar em cerca de 30% a capacidade e também testar circuitos externos”, explica Steinbach.

E, novamente, a experiência em ANP trouxe benefícios no retorno ao presencial. Segundo Steinbach, muitos estudantes ficam mais tranquilos em começar as experiências presenciais nos equipamentos depois do contato via Visir. “A prática no laboratório remoto tira o medo de mexer nos equipamentos. Ao chegar, ele já reconhece os dispositivos e funções”.

A ampliação permitiu que mais cursos e unidades curriculares usassem o laboratório, e até mesmo professores de outros câmpus do IFSC e de cursos da UFSC utilizaram ou estão utilizando o Visir em suas aulas.”E percebemos que algumas práticas podem ser complementares, seja para oferecer uma oportunidade de o aluno fazer a experiência em um horário mais tranquilo para ele, ou refazer, caso precise reforçar alguns conceitos, fazer exercícios”, explica o professor.

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