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Mudanças no projeto de pesquisa

BLOG DOS INTERCAMBISTAS Data de Publicação: 22 mai 2020 10:05 Data de Atualização: 22 mai 2020 10:23

O relato desta semana é da estudante Nicolle Ferreira do curso superior de tecnologia em Gestão da Tecnologia da Informação do Câmpus Florianópolis. A aluna está na Espanha onde participe de um projeto de pesquisa na Universidade de Deusto pelo Propicie, nosso programa de intercâmbio.

Diante das orientações de distanciamento social na Espanha, só nos últimos dias é que Nicolle pode sair de casa e conhecer um pouco da cidade de Bilbau. No seu relato, ela fala sobre a experiência e sobre a mudança no projeto em função da pandemia.

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Essa semana foram liberados passeios em até duas pessoas que morem na mesma casa e práticas desportivas individuais. São horários limitados para cada faixa etária, mas foi bom enfim poder conhecer um pouco da cidade, já que até então só conhecia o caminho do aeroporto até meu apartamento.

Como vim com meu namorado pra cá, que também está no mesmo programa de intercâmbio, aproveitamos pra finalmente podermos sair de casa juntos, Caminhamos pelo "calçadão" ao lado do rio, fomos conhecer a fachada da Universidade (que ainda não abriu e não sei se abrirá até retornarmos) e conhecemos alguns parques. Já tínhamos ouvido por uma amiga de que a cidade era conhecida pela sua arquitetura, tanto pelo estilo gótico, como também pelos projetos mais contemporâneos, mas nos surpreendemos pelo quanto isso é presente em cada cantinho. Desde fachadas de prédios até objetos ou ambientes mais comuns como parquinhos ou corrimões de escadarias, tudo tem elementos metálicos e de vidro com muitas curvas, bem diferente do que costumamos ver em Florianópolis, por exemplo. No passeio também nos deparamos com uma construção do século XV que, pesquisando depois, descobrimos ser uma igreja inaugurada em 1510. Mesmo já sabendo que a cidade é do ano de 1300, é impressionante se deparar com uma construção tão antiga ainda de pé.

Nas primeiras reuniões com a orientadora do projeto que escolhi, que também orienta outros três alunos do Propicie, ela nos informou que, diante da situação atual, seria mais produtivo e interessante se, ao invés de ingressarmos em projetos já em andamento, nós fizéssemos algo relacionado à COVID-19. Sendo assim, nos dividiu em duas linhas de pesquisa: a primeira voltada para a criação de um app e a outra relacionada a Data Science. Decidi por Data Science por já ter tido um contato prévio, ainda que básico, com o tema.\

Dadas as limitações por estarmos a distância, falta de laboratório ou biblioteca disponíveis e por ser um trabalho individual, simplificamos o que será feito e ela nos apresentou uma ferramenta que nunca havia ouvido falar, WEKA, que foi a solução que precisava. Com essa ferramenta, ao invés de ter que aprender uma linguagem de programação (python) do zero em três meses, realizar o projeto (pesquisa, limpeza de dados, seleção de algoritmo, escrever o código, análise de resultados, conclusão, etc) e escrever um artigo de 80 páginas, a ferramenta já realiza as análises e apresenta os resultados de algoritimos com apenas algumas configurações. O programa não é fácil de entender, a documentação é somente em inglês (em português tudo era superficial demais), não é intuitivo, mas, após algumas semanas e muitas pesquisas no Google, finalmente está sendo uma salvação rs. 

O bom de enfrentar tantas dificuldades é que, mesmo demorando 10 vezes mais tempo, por conta própria acabo aprendendo muito mais, já que tenho que ir atrás de cada informação sozinha e ficar na tentativa e erro até algo funcionar (sempre acreditei que aprendemos mais errando). 

Outro ponto é: o assunto é muito recente, então por mais que o mundo esteja voltado à pesquisa sobre a doença, os datasets (principal insumo de uma análise de dados) ainda estão desorganizados e em sua maioria incompletos (pelo menos os que estão públicos). Aí veio outro aprendizado: no início havia escolhido um tema, estudado sobre o assunto para a elaboração do artigo e  parecia estar tudo fluindo muito bem, porém não foi possível continuar por falta de dados confiáveis. Depois de muito pesquisar, encontrei um dataset brasileiro muito bom e escolhi meu tema com base nas informações que encontrei ali, ao invés do contrário. Para uma próxima vez já sei que, antes de escolher e pesquisar sobre um tema, preciso saber se tenho dados suficientes para levar a pesquisa adiante (ou criar meus próprios datasets com pesquisa própria, se for possível e necessário). 

As reuniões com a orientadora são agora a cada duas semanas (acho absurdamente pouco, porém foi ela que diminuiu a frequência por ter muitas reuniões semanalmente), a próxima sendo na semana que vem. Minha tarefa dessa fase é procurar e ler artigos que usaram o WEKA como ferramenta para me basear na escolha dos algoritmos da minha pesquisa e entender melhor como os resultados são apresentados nesse tipo de pesquisa. 

Após questionarmos algumas vezes sobre o artigo (sim, é o que nos preocupa, são 80 páginas em inglês), nossa orientadora informou que começa a instruir sobre a escrita no último mês do projeto. Achamos pouco tempo, mas vamos seguir as recomendações.

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