Alunas alcançam projeção internacional com iniciativa para combater suicídio

SEPEI Data de Publicação: 01 ago 2019 11:30 Data de Atualização: 28 ago 2019 15:44

Cinco meninas, alunas do ensino médio técnico integrado em Informática no Câmpus Xanxerê desenvolveram um aplicativo de celular para auxiliar no combate ao suicídio. O trabalho que está sendo apresentado no Seminário de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação (Sepei) foi selecionado para a final do Technovation Challenge, competição internacional de tecnologia apenas para meninas. Essa última etapa será no Vale do Silício, na Califórnia (EUA), região conhecida por abrigar empresas de alta tecnologia, de 12 a 16 de agosto. A disputa será contra outros cinco grupos, de diferentes partes do mundo: Albânia, Espanha, Estados Unidos, Índia e Kazaquistão.

Além de aprenderem mais na área de tecnologia da informação, as alunas também precisaram do auxílio de outros servidores do IFSC, como do setor de psicologia, para tratar com sensibilidade e cuidado o tema do suicídio. "Independente de todos os obstáculos que enfrentamos até aqui, chegar na final é uma grande vitória, porque vamos conseguir divulgar o aplicativo e incentivar outras meninas a participar", afirma a estudante Emanuela Maraskin, que se uniu com outras quatro estudantes para desenvolver a ideia: Ana Júlia Giacomeli, Anna Carolina Ferronato da Silva, Clara Noemi Pithon da Silva e Jhuly Kefny da Silva Carvalho.

O aplicativo "Safe Tears" tem como funcionalidade um copo com lágrimas que ajuda os jovens a monitorar seu estado emocional. Para esse monitoramento basta acrescentar ou retirar ‘lágrimas’ do copo. O nível de lágrimas vai subindo (ou descendo) de acordo com o que o jovem está sentido. E diferentes níveis geram mensagens de apoio, alertas, dicas de encaminhamentos e até sugestões de busca por auxílio profissional.

A ideia do grupo de Xanxerê, de desenvolver um aplicativo de celular para tentar prevenir o suicídio, surgiu em razão do crescente número de mortes por este motivo, especialmente entre os mais jovens. "Nós sempre pensamos em temas com o objetivo de ajudar as pessoas. Pensamos em depressão, distúrbios alimentares e percebemos que todos esses transtornos poderiam levar ao suicídio", conta a estudante Anna Carolina.

O Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, mostra que, somados os últimos 20 anos, foram registrados 11.621 suicídios em Santa Catarina. Somente em 2018, foram confirmados 731 suicídios no estado.

“Importantíssimo que o assunto suicídio seja abordado entre os adolescentes com conhecimento e sensibilidade, pois os índices de suicídio e tentativas de suicídio nessa idade estão aumentando muito”, relata a psicóloga do Câmpus Xanxerê, Cristina Folster, que orientou a equipe nas informações constantes no aplicativo "Safe Tears".

Como auxiliar na prevenção

1) “A pessoa que pensa em suicídio, na verdade, não quer acabar com a própria vida e sim com o sofrimento ao qual está passando. Se ela perceber que há outras saídas e pessoas que podem ajudá-la, ela não irá cometer suicídio”, afirma a psicóloga Cristina;

2) Se alguém relatar que está pensando em suicídio, a pessoa deve ouvir sem julgamentos e dar importância ao que está escutando. Nunca minimizar como, por exemplo, comparar os sofrimentos ("tem gente que não tem nem o que comer e você aí sofrendo por causa de um namoro” ou “isso não é nada vai passar”);

3) Mostrar para a pessoa que está sofrendo que ela não está sozinha. E acompanhá-la ao procurar ajuda profissional;

4) Leia e busque auxílio sobre o tema no Centro de Valorização da Vida (CVV). Segundo o CVV, 90% dos suicídios podem ser prevenidos.

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