Debate sobre assédio reúne estudantes do Câmpus Araranguá

EVENTOS Data de Publicação: 09 mar 2018 15:33 Data de Atualização: 09 mar 2018 16:37

Colocar alunos e alunas frente a frente para discutir assédio e os constrangimentos cotidianos enfrentados pelas mulheres, nas ruas e na escola, estimulando a empatia e a reflexão. Essa foi a proposta do GT de Temas Transversais do Câmpus Araranguá do IFSC para marcar o Dia Internacional da Mulher, celebrado na quinta-feira, 8 de março. Ao longo da semana, uma série de debates entre as turmas buscou problematizar aquelas pequenas ações naturalizadas pelos homens, mas que podem representar violência contra as mulheres.

A ideia do grupo era propor a reflexão num câmpus que tem cursos predominantemente femininos e masculinos, cujas turmas convivem diariamente pelos corredores. Antes dos debates, o GT espalhou urnas para que as mulheres relatassem situações de assédio enfrentadas no câmpus. Os relatos foram lidos pelos meninos nos debates, realizado com turmas dos cursos técnicos integrados em Vestuário e Eletromecânica, dos cursos técnicos concomitantes em Produção de Moda e Eletromecânica e dos cursos de licenciatura em Física e de especialização em Educação Científica e Tecnológica.

“Por mais que se discutam amplamente em redes sociais sobre machismo e suas consequências, nós queríamos trabalhar no nível micro, nas vivências de alunas e servidoras do IFSC”, explica a psicóloga Julyelle Conceição. “A ideia foi pensar como acabar com assédio no dia a dia de alunas e servidoras e nos locais que elas frequentam. Sensibilizar os homens para que percebam o que fazem e sentimos como desrespeito”, diz.

Para a estudante do curso técnico em Vestuário, Gabriele Conti, de 18 anos, a discussão foi interessante justamente por envolver os colegas. “As mulheres são mais esclarecidas sobre este tema porque isso faz parte do nosso dia a dia. Por isso é importante quando os homens participam, para entender o que é ser mulher na sociedade. Alguns meninos viram os relatos de meninas que foram assediadas, no câmpus e na cidade, e foi interessante porque eles conseguiram ter uma abertura maior para entender o nosso lado”, diz Gabriele.

As alunas do câmpus puderam relatar situações em que foram constrangidas por colegas, corredores onde evitam passar e o medo que sentem de andar à noite nas ruas. Falar sobre o assunto é importante. Para Gabriele, o fato de haver frequentes debates sobre assédio, machismo e violência contra a mulher no IFSC ajuda a tornar o câmpus um ambiente de mais respeito às mulheres.

Estudante do curso técnico em Eletromecânica, Abel Januário, de 23 anos, gostou da discussão que participou. “Respeito cabe a todas as pessoas. Pelos relatos ouvidos lá dentro, ainda mais relatos que são tão próximos de nós, que acontecem ali dentro mesmo ou na esquina do câmpus, chocam. Existem outras formas de expressar interesse em uma mulher, não sendo grosseiro. Você pode conhecer alguém legal, se interessar por alguém, mas tudo com educação e cordialidade”, afirma.

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