ENSINO Data de Publicação: 26 ago 2022 10:57 Data de Atualização: 29 ago 2022 08:29
A equipe Jatobás do Câmpus Florianópolis é a única medalhista por desempenho de Santa Catarina (SC) na 14ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB), projeto realizado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Mais de 1,2 mil estudantes e professores de todos os estados do país estiveram na Unicamp dias 20 e 21 de agosto, para participar da grande final presencial, após dois anos em formato online. Seis equipes catarinenses marcaram presença nesta última etapa, sendo duas delas do Câmpus Florianópolis: Senhoritas do Desterro recebeu Medalha de Cristal, pela participação na última etapa da ONHB; e a Jatobás é Medalha de Prata. “Foi o melhor desempenho de nosso Campus na Olimpíada até esse momento. Desde 2019, estamos colocando equipes na final, mas esse foi o primeiro ano que colocamos duas equipes na Final, sendo uma delas classificada como a melhor equipe de Santa Catarina, e obtivemos a Medalha de Prata. Foi um resultado excepcional”, salienta o professor e coordenador das equipes do Câmpus Florianópolis, Viegas Fernandes da Costa, que contou com os também docentes Jaqueline Tondato Sentinelo e Rafael Pereira da Silva na orientação dos grupos de alunos.
Viegas destaca que o resultado conquistado é coletivo, fruto de um trabalho de cooperação: “nós não competimos com ninguém dentro do Campus. Nós construímos o conhecimento coletivamente e cooperativamente. Acho importante ressaltar isso e incentivar os demais estudantes que se somem a nós para que consigamos ampliar a nossa participação e o nosso debate sobre a História do Brasil, um debate tão necessário nesse tempo tão conturbado que vivemos”.
Sobre a importância dos estudantes, que cursam cursos técnicos e tecnológicos, participarem de iniciativas como essa da área de Humanas, o coordenador diz que a formação desses alunos de Ensino Médio Integrado é dirigida para o mundo do trabalho mais amplo. “É uma formação de estudantes críticos, conscientes, com plena capacidade de exercer sua cidadania…. (sic) e nesse sentido, se aprofundar nos temas da História do Brasil, relacionar-se com os documentos da História é fundamental para o desenvolvimento desta cidadania, para a compreensão do seu lugar no mundo, no país e no território em que está”, afirma.
Viegas conta que a preparação dos estudantes para as provas é constante. Segundo ele, o projeto Conhecendo a História do Brasil por meio da Olimpíada Nacional de História do Brasil, financiado com recursos do Câmpus, permite a contratação de bolsistas e a manutenção sistemática de encontros semanais com estudantes de todas as fases e de todos os cursos técnicos do Câmpus, para discutir temas da História do Brasil. “A preparação é constante. Ela começa no início do ano letivo e continua. Com o término dessa 14ª edição da ONHB já inicia a preparação para a Olimpíada do próximo ano”, revela Viegas, que reconhece o empenho, dedicação, coordenação e assessoria dos estudantes bolsistas para o desempenho conquistado.
Participação
Ao todo, 320 equipes de todos os estados vieram para a final em Campinas. Foram entregues 15 medalhas de ouro, 25 de prata e 35 de bronze. A entrega das medalhas foi realizada no domingo (21). Neste ano, a ONHB somou 18 mil equipes inscritas, totalizando mais de 73 mil pessoas. Participam da Olimpíada, estudantes dos 8º e 9º anos do Fundamental e do Ensino Médio, em grupos compostos por três alunos e um professor de História. Na fase final, as equipes realizaram uma prova, que teve como tema central a participação das mulheres na política, como eleitoras e candidatas.
A estudante e integrante da equipe Senhoritas do Desterro, Maria Antônia Gomez, diz que a participação na ONHB acrescentou o conhecimento de como funciona parte do trabalho de um historiador: "coisas que não são aprendidas no ambiente escolar. Além disso, tivemos a experiência de conhecer pessoas de vários lugares diferentes e trocar ideias com elas".
Para a estudante da 6ª fase do curso Técnico Integrado em Química e integrante da Jatobás, Júlia Demarch, o sentimento que fica pela participação e principalmente pelo aprendizado é de conquista, tanto em relação a medalha, como na superação do nervosismo e dos contratempos durante a prova.
Segundo ela, a ONHB teve como tema a história das mulheres no Brasil, e compreender todo esse passado cercado por uma sociedade patriarcal e preconceituosa me fez ter muito mais força de vontade para lutar por mais conquistas feministas. “É inevitável adquirir um olhar historiográfico depois de estudar tanto essa matéria”, destaca a aluna.Ao todo, 320 equipes de todos os estados vieram para a final em Campinas. Foram entregues 15 medalhas de ouro, 25 de prata e 35 de bronze. A entrega das medalhas foi realizada no domingo (21). Neste ano, a ONHB somou 18 mil equipes inscritas, totalizando mais de 73 mil pessoas. Participam da Olimpíada, estudantes dos 8º e 9º anos do Fundamental e do Ensino Médio, em grupos compostos por três alunos e um professor de História. Na fase final, as equipes realizaram uma prova, que teve como tema central a participação das mulheres na política, como eleitoras e candidatas.
A coordenadora da ONHB e professora do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp (IFCH), Cristina Meneguello, reforçou, durante a premiação dos estudantes, o compromisso da ONHB de lutar contra a proliferação internacional do negacionismo histórico. “Um negacionismo que ameaça a memória e a história de diferentes grupos sociais, motivado não só pela ignorância, mas por interesses ideológicos. Nosso compromisso é lutar pelo acesso de todos a um sistema de educação de qualidade, socialmente referenciada e que garanta a permanência dos alunos na escola”, afirmou.
No sábado, os estudantes interessados fizeram uma prova individual para concorrer à vaga no curso de graduação em História da Unicamp. A ONHB faz parte do edital ‘Vagas Olímpicas’ e, de acordo com o desempenho, alunos medalhistas têm a chance de ingressar na Universidade sem fazer o vestibular.
Sobre a Olimpíada de História
A ONHB tem seis fases online, que foram realizadas nos meses de maio e junho, com duração de uma semana cada. As provas dessas etapas incluíram questões de múltipla escolha e realização de tarefas, que puderam ser elaboradas pelos participantes com base em debate com os colegas, pesquisa em livros, internet e orientação do professor.
Além de temas sobre a História do Brasil, a ONHB apresenta questões que permeiam assuntos interdisciplinares, como geografia, literatura, arqueologia, patrimônio cultural, urbanismo, atualidades etc. Também é uma importante ferramenta de ensino de História do Brasil e estimula a análise crítica dos estudantes.
A ONHB é realizada com apoio do Departamento de História da Unicamp e da Associação Nacional de História (Anpuh). Conta com a participação de docentes universitários, alunos de graduação, mestrandos e doutorandos.