Grupo desenvolve dispositivo didático para o ensino fundamental sobre energia elétrica

PESQUISA Data de Publicação: 14 dez 2023 17:38 Data de Atualização: 14 dez 2023 19:23

“Não seria possível nós, do IFSC, uma instituição de referência na educação profissional e tecnológica, desenvolvermos dispositivos didáticos para o ensino de ciências a partir do conhecimento de elétrica dos nossos estudantes?”. Essa foi a pergunta que motivou um grupo de estudantes e servidores do Câmpus Jaraguá do Sul-Rau a criar, no último semestre, um aparelho que pode auxiliar crianças do quinto ano do ensino fundamental a aprenderem sobre os tipos de energia.

Trata-se de uma espécie de jogo, em que o aluno do ensino fundamental precisa associar corretamente itens de duas colunas. Associação correta entre a pergunta e a resposta acende uma luz na parte superior do dispositivo, indicando o acerto.

O projeto de pesquisa que gerou o dispositivo foi apresentado na 3ª Mostra de Iniciação Científica e Tecnológica do IFSC, que ocorreu de maneira online e terminou em 6 de dezembro. A autoria do trabalho ficou por conta de estudantes da graduação em Engenharia Elétrica e de servidores do grupo de pesquisa Letramento, Ciência e Tecnologia, nesta iniciativa liderados pelos professores Anderson Bertoldi e Laline Broetto.

Segundo Anderson, o grupo de pesquisa tem se preocupado em buscar soluções inovadoras para o letramento científico de crianças. “Por meio de investigações sobre como os professores de crianças planejavam suas aulas, percebemos que havia uma lacuna na produção de dispositivos inovadores para o trabalho em ciências com crianças, pois os professores que trabalham com esses grupos etários geralmente têm uma formação geral, não científica, e pouco tempo para desenvolver experimentos para trabalhar ciência e tecnologia com crianças”, explica.

O dispositivo chegou a ser utilizado na prática por estudantes do ensino fundamental, que brincaram e aprovaram a ideia. Porém, conforme conta Anderson, houve uma produção didática anterior, associada à apresentação do aparelho. “Preparamos, junto com os bolsistas, uma oficina com experimentos para explicar o princípio da eletricidade, sua geração, distribuição e os riscos relacionados ao seu manuseio”, destaca o professor.

Sobre a possibilidade de multiplicar iniciativas como esta e fazer uma parceria continuada com escolas do ensino fundamental, Anderson aponta a necessidade de um planejamento mais estruturado. “Seria interessante pensarmos, junto com o dispositivo, em um programa de formação continuada para professores dos anos iniciais, para assim permitir que um dispositivo desse tenha um uso pedagógico apropriado e não se torne apenas um brinquedo em sala de aula”, avalia.

De acordo com a equipe do projeto, esta iniciativa didática pode ser considerada uma experiência piloto. “Neste primeiro experimento, pensamos em um tema que fosse abordado pelos currículos dos anos iniciais do ensino fundamental e que estivesse relacionado aos objetivos de formação dos nossos estudantes. Por isso, escolhemos o tema eletricidade. A partir disso podemos pensar em outras possibilidades, como desenvolvimento de kits didáticos para escolas públicas contemplando diferentes dispositivos tecnológicos ou diferentes conteúdos e unidades temáticas do currículo dos anos iniciais”, afirma Anderson.

Com a conclusão do projeto de pesquisa, os coordenadores – Anderson e Laline – perceberam que os resultados foram positivos, inclusive do ponto de vista acadêmico e pessoal para os bolsistas envolvidos. “Eles desenvolveram habilidades de comunicação, autonomia, capacidade de pesquisa e de trabalho em grupo, além dos conteúdos do seu curso, Engenharia Elétrica. Então estamos muito felizes com a finalização deste projeto. Com certeza é um ganho também para todo o grupo de pesquisa Letramento, Ciência e Tecnologia”, comemora o professor.

Confira aqui o trabalho apresentado na Mostra, bem como o vídeo de apresentação do projeto.

Veja também, a seguir, a lista dos nomes dos integrantes deste projeto de pesquisa:
Anderson Bertoldi, Laline Broetto, Rogério do Nascimento. Aline Demikovski, Carolina Carvalho de Castro, Guilherme de Oliveira Silva.

PESQUISA CÂMPUS JARAGUÁ DO SUL-RAU