Pesquisa com pastagens desenvolvida no Câmpus Canoinhas representa o IFSC em concurso nacional do CNPq

PESQUISA Data de Publicação: 28 fev 2024 18:47 Data de Atualização: 01 mar 2024 12:04

Recém-formada no curso de Agronomia do Câmpus Canoinhas, Juliana Moraes vai representar o IFSC na 21ª edição do Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica 2023. O trabalho na área de pastagens “Morfogênese da festuca em resposta a diferentes doses de nitrogênio” foi selecionado na categoria Bolsista de Iniciação Científica - Ciências Exatas, da Terra e Engenharias.

“Estou feliz e realizada, porque isso mostra o quanto a minha dedicação na pesquisa científica valeu a pena”, comemora Juliana, que inscreveu o trabalho justamente porque quer divulgar os resultados obtidos, e não deixar tanto tempo de pesquisa apenas arquivado. Sob orientação do professor João Paulo Pereira Paes, Juliana desenvolve a pesquisa com pastagens desde o início de 2021.

O prêmio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) é destinado a bolsistas de iniciação científica de todo país. Cada instituição deveria selecionar e inscrever seus participantes, levando em consideração relatórios finais relevantes e de qualidade, relativos a projetos desenvolvidos no período de 1º de setembro de 2022 a 31 de agosto de 2023. 

O resultado será divulgado até o final de abril de 2024. “Estou confiante de que serei muito bem colocada, e almejo o primeiro lugar! Pesquisas como essa merecem o reconhecimento, visto que o agro, de maneira geral, é a base de tudo em nossa vida”, enfatiza a mais nova engenheira agrônoma de Mafra, município vizinho a Canoinhas.

Na localidade de Saltinho do Canivete, a família de Juliana sempre trabalhou com bovinocultura, primeiro, com produção de leite e, atualmente, na bovinocultura de corte. “Por estar sempre envolvida nessa área, na graduação busquei estudar cada vez mais este ramo e sigo apaixonada pela bovinocultura de maneira geral. E ter aprofundado os estudos em pastagens, que é a base alimentar desses animais, traz inúmeras informações e conhecimentos essenciais para a minha realização e atuação profissional.” 

Importância do projeto

Antes de falar sobre os objetivos da pesquisa, é importante explicar que festuca é um tipo de gramínea perene de longa duração usada em pastagens, que não precisa ser replantada a cada ano, e com condições de adaptação e desenvolvimento em regiões com temperaturas médias baixas, como é o caso do Planalto Norte catarinense. Já morfogênese é o estudo do crescimento e dinâmica da forma da planta no espaço. 

“Na nossa região, é comum ocorrer períodos de escassez de pasto, principalmente na entrada do outono, devido à utilização de espécies forrageiras anuais de verão, que, na entrada do outono cessam o seu desenvolvimento, e em meados da primavera, quando as espécies de inverno entram em estádio reprodutivo ou cessando o desenvolvimento, enquanto que as espécies de inverno estão iniciando seu desenvolvimento, não estando aptas ao pastejo”, explica Juliana.

Conforme a pesquisadora, um dos principais objetivos do estudo foi encontrar alternativas para amenizar os períodos em que naturalmente há escassez de pasto. Por causa da perenidade e adaptação na região, a festuca foi o alvo para a pesquisa, já que faltavam informações sobre morfogênese da planta nos referenciais teóricos existentes.

Durante meses, a bolsista trabalhou no Campo Experimental do Câmpus Canoinhas, sentada no meio do pasto [sempre acompanhada de seu chimarrão, como faz questão de lembrar] medindo folhas e caule de festuca, para comparação de dados coletados em lotes com diferentes aplicações de adubo.

“Tudo isso resultou em um importante estudo para o planejamento forrageiro e adoção de práticas de manejo eficientes, comprovando que a festuca é uma boa alternativa para a região. E ela também tende a diminuir os custos de produção nos campos pastoris, porque não há necessidade de realizar a semeadura de pastagem todos os anos”, indica Juliana Moraes, engenheira agrônoma formada com orgulho pelo Câmpus Canoinhas do IFSC.

PESQUISA CÂMPUS CANOINHAS