Professor Wilton despede-se do IFSC após 13 anos de docência

ESPECIAL Data de Publicação: 15 dez 2022 17:12 Data de Atualização: 15 dez 2022 17:17

Após 13 anos como docente do Câmpus Florianópolis – Continente, o professor Wilton Carlos Cordeiro aposentou-se neste final de semestre. Ele fala sobre a importância do ensino público, dos alunos e do setor de bebidas, especialidade que ensinou durante o tempo em que esteve na instituição.

Natural de Florianópolis, Wilton é graduado em Nutrição e mestrado em Agrossistemas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Especializou-se na área de vinhos e bebidas em geral, ministrando disciplinas nos cursos superiores de Gastronomia, Gestão do Turismo e Hotelaria, além do técnico em Restaurante e Bar.

O professor conta que iniciou a carreira em uma escola privada e que foi uma satisfação poder atuar no ensino público: “Foi um sonho poder levar todo esse conhecimento da área de bebidas, de forma mais diversificada, para a escola pública. Isso foi sempre um aprendizado grande junto aos estudantes”. Ele conta que, ao participar de seleção para professor substituto, ficou satisfeito ao encontrar egressos do câmpus concorrendo à vaga.

Também comenta que as turmas de alunos do IFSC sempre foram muito heterogêneas, o que representa uma satisfação e um desafio para os professores. São turmas que reúnem estudantes recém saídos do ensino médio e outros que pararam de estudar há 20 ou 30 anos e voltam a estudar para buscar nova colocação no mercado de trabalho, muitos mesmo após a aposentadoria. “Temos aqui com todas as idades, de 19 a 50 anos. Isso sempre foi uma característica da escola”, explica.

O professor fala sobre a descaracterização das tradições da ilha de Santa Catarina, com a extinção de algumas tradições, como os engenhos de farinha e os alambiques de cachaça de artesanal. “Quando eu comecei a estudar bebidas, já não se falava muito em alambiques de cachaça”, explica. “Você vai em algumas regiões e vê que as pessoas preservam a produção artesanal. Você vai para a Europa e tem as vinícolas artesanais. Aqui estão esquecendo tudo”. Segundo ele, falta incentivo, especialmente do poder público, para continuidade da produção artesanal.

Sobre sua despedida, o professor afirma que se considera “apenas mais um tijolo na construção”: “Fiz minha parte, tentei fazer o melhor possível, e agora vem outro no meu lugar”.
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