IFSC organiza congresso brasileiro de energia solar em Florianópolis

EVENTOS Data de Publicação: 24 mai 2022 17:04 Data de Atualização: 27 mai 2022 08:56

Foi realizada nesta terça-feira (24) a solenidade de abertura do IX Congresso Brasileiro de Energia Solar (CBENS), o maior evento brasileiro de divulgação científica e tecnológica na área de tecnologias de conversão de energia solar. Até sexta-feira (27), cerca de 360 participantes -  entre estudantes, professores, pesquisadores, gestores públicos e empresários - irão assistir a plenárias, mesas-redondas, apresentações de trabalhos, simpósios e minicursos no Oceania Park Hotel Spa & Convention Center em Florianópolis. O IFSC é um dos organizadores desta edição do congresso da Associação Brasileira de Energia Solar (Abens).

Na cerimônia de abertura, o reitor interino do IFSC, Jesué Graciliano da Silva, destacou que o instituto tem a responsabilidade de estar à frente da disseminação das tecnologias limpas e que apoiar o CBENS é um orgulho para a instituição. “Em um momento em que a COP 26 [Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima] deixou claro que o tempo está passando e estamos perdendo a oportunidade de reverter os efeitos do aquecimento global, apoiar energias limpas, formar profissionais, desenvolver novas tecnologias é nosso dever como instituição mais capilarizada de nosso estado e com grande capacidade de mobilização em ensino, pesquisa e extensão para a promoção e disseminação das melhores práticas relacionadas ao uso de energias renováveis”, afirmou.

Jesué ressaltou ainda que o IFSC vem tendo destaque nesta área energética, mencionando o protagonismo do Instituto no Programa para Desenvolvimento em Energias Renováveis e Eficiência Energética na Rede Federal (EnergIF) e o fato do Câmpus Florianópolis ser sede do polo Embrapii, o que impulsionou nossa atuação na pesquisa e inovação em Sistemas Inteligentes de Energia. “Em 2001, o Câmpus Florianópolis aprovou o primeiro curso superior de tecnologia em Sistemas de Energia. Muitos cursos foram desenvolvidos desde então”, complementou. 

O coordenador do evento, Samuel Luna de Abreu, professor do Câmpus São José, comentou do desafio que foi para o IFSC assumir a organização do evento em plena pandemia em 2020. “Me sinto confortável e muito feliz de termos conseguido chegar assim hoje depois de dois anos de intenso trabalho”, afirmou para os congressistas. O IFSC foi escolhido para ser sede e organizar a edição 2022 do CBENS em outubro de 2020, durante a oitava edição do congresso.

O diretor de inovação da Fiesc José Eduardo Fiates também participou da cerimônia de abertura e chamou a atenção para a energia ser vista de três formas: como questão de Estado, como setor industrial e como insumo fundamental para a indústria e a sociedade. “Vocês têm a tarefa de tornar o tema cada vez mais estratégico na agenda política do país”, disse aos congressistas.

Representando a Associação Internacional de Energia Solar (ISES), a engenheira eletricista Aline Kirsten Oliveira destacou que a entidade acredita que o futuro tem que ser 100% renovável e que essa energia tem que ser acessível a todos. “Não conseguiremos evoluir sem jovens pesquisadores”, alertou.

O presidente da Abes, Marcelo Pinho Almeida, encerrou a cerimônia convidando os congressistas a participarem de todas as atividades do congresso. O objetivo principal do evento é apresentar o estado da arte do desenvolvimento científico e tecnológico da conversão de energia solar, em particular no Brasil, promovendo a troca de informações e experiências entre universidades, institutos de pesquisa, empresas, órgãos governamentais, agentes do setor energético e associações da sociedade civil.

Sistemas Fotovoltaicos com módulos bifaciais 

Após a cerimônia de abertura, o professor da Universidade Politécnica de Madrid Eduardo Lorenzo apresentou um panorama dos sistemas fotovoltaicos com módulos bifaciais na primeira plenária do evento. Um sistema fotovoltaico é aquele que produz energia a partir da luz solar. Geralmente, um painel fotovoltaico é exposto com uma das faces viradas pro sol, produzindo energia com a radiação que incide em uma das suas faces. No caso de um dispositivo bifacial,  é possível converter em energia elétrica a radiação que incide em ambas as faces da célula fotovoltaica. Segundo o palestrante, em 2020, a distribuição mundial de módulos fotovoltaicos que utilizavam células bifaciais era menor de 30%, mas a expectativa é que, em 2030, 70% das células fotovoltaicas no mundo sejam bifaciais. 

“A bifacialidade é um fruto natural da alta eficiência”, destacou Lorenzo. Depois de apresentar a primeira industrialização de célula bifacial, datada de 1983, o professor mostrou exemplos da construção de alguns sistemas e destacou que a bifacialidade não justifica alternar nem o chão nem a geometria dos geradores. 

Outra conclusão apresentada por Lorenzo foi a de que os ganhos energéticos por bifacialidade são bem mais modestos. O professor encerrou sua palestra apresentando “mistérios bifaciais”, que são questões ainda estão em aberto na engenharia do bifacial e que precisam ser estudadas,entre elas a forma como o espectro da radiação chega à parte posterior e o efeito da iluminação não-homogênea.

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