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Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador: um panorama da pesquisa no IFSC

PESQUISA Data de Publicação: 08 jul 2022 09:17 Data de Atualização: 12 ago 2022 19:46

Você já se deu conta de que as soluções para muitos problemas sociais, ambientais e de infraestrutura de um país são dadas pela pesquisa científica? O trabalho dos cientistas é fundamental para o desenvolvimento socioeconômico e a soberania de uma nação. Neste dia 8 de julho, em que é celebrado o Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, apresentamos um panorama da pesquisa no IFSC.

-> Professor do IFSC explica o que é Ciência

Realizar pesquisa aplicada é uma das finalidades dos institutos federais, conforme a lei nº 11.892/2008, que criou a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Gerar conhecimento faz parte da missão do IFSC e a pesquisa tem um papel importante nisso. “Além da geração de novos conhecimentos - que podem ser aplicados por meio de sistemas, produtos, processos, metodologias, dentre outras formas de transformação social-, tem-se também o caráter formativo, onde discentes envolvidos com a pesquisa passam a ter contato com áreas inovadoras, conhecimentos no estado da arte em sua área, além de técnicas e métodos de trabalho, o que irá contribuir para a formação de recursos humanos para o mundo do trabalho, em sintonia com os desafios atuais na sociedade em que vivemos”, destaca o diretor de Pesquisa do IFSC, Clóvis Antônio Petry.

Mas nem sempre a pesquisa teve destaque na história do IFSC. Antes de se transformar em Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina (Cefet-SC), em 2002, havia pouco espaço para desenvolvimento de pesquisa dentro da instituição. A então Escola Técnica Federal de SC (ETF-SC) se destacava pela sua atuação no ensino e na extensão. “Era difícil a obtenção de bolsas para projetos de iniciação científica pela instituição. Esses recursos eram mais fáceis de serem obtidos por instituições de ensino superior. Também havia poucos cursos superiores na instituição. A maioria dos nossos cursos eram técnicos ou de Ensino Médio”, explica o atual pró-reitor de Desenvolvimento Institucional, Jesué Graciliano da Silva. 

Quando a ETF-SC se transformou em Cefet-SC, com a lei nº 8.948/1994, a instituição contava com três câmpus: Florianópolis, São José e Jaraguá do Sul. O Cefet-SC podia ofertar cursos superiores de tecnologia, que trouxeram então a pesquisa como apoio ao processo de ensino-aprendizagem. No estatuto do Cefet-SC, a realização da pesquisa aplicada passa a constar como finalidade da instituição, sendo um componente da formação dos estudantes. 

Jesué explica que, quando foi realizada a discussão sobre a transformação de Cefet-SC para IFSC - que aconteceu em 2008 -, a possibilidade da instituição passar a receber recursos da Capes e do CNPq por meio da pesquisa foi uma vantagem para a tese favorável à transformação. “Naturalmente, ao mudarmos nossa institucionalidade, também começaram a surgir novos cursos superiores e de pós-graduação”, complementa o pró-reitor.

Junto com a transformação para IFSC também ocorreu a alteração da carreira dos docentes, em que houve uma valorização da pós-graduação por meio da retribuição de titulação. “Com isso, houve um atrativo importante para que o docente buscasse a formação em nível de mestrado e doutorado. Além disso, a resolução que trata da promoção à classe titular traz em sua tabela de pontuação a valorização da atividade de pesquisa”, destaca Jesué. 

Toda esta conjuntura contribuiu para que a pesquisa fosse conquistando espaço na instituição. Em sua estrutura composta atualmente de 22 câmpus, 1,6 mil docentes e 1,1 mil técnicos administrativos, o IFSC contabiliza mais de seis mil projetos de pesquisa já desenvolvidos e mais de 40 pedidos de patente. Neste ano, R$ 603 mil do orçamento da instituição estão destinados a compra de materiais e equipamentos, bolsas de pesquisa para discentes e apoio para apresentação de trabalhos em eventos científicos e tecnológicos

Infográfico com dados de pesquisas do IFSC

-> Conheça os grupos de pesquisa do IFSC

O que é pesquisa?

Afinal, o que é pesquisa? Já falamos que ela surge a partir de um problema ou da vontade de encontrar uma solução para resolvê-lo. Mas para ser realizada, precisa de métodos para sistematizar as informações e muita curiosidade por parte dos pesquisadores. 

Conversamos com os professores Fabiana Mortimer Amaral (docente de Gastronomia do Câmpus Florianópolis-Continente), Carla Arcoverde de Aguiar (docente de Design do Câmpus Florianópolis) e Joaquim Manoel Gonçalves (docente de Refrigeração e Climatização do Câmpus São José) para entender o que é pesquisa para eles. Os professores destacam que a pesquisa é parte do processo formativo do aluno e também está presente em cada aula, não apenas em projetos específicos. Assista aos depoimentos:


Quando falamos em pesquisa, relacionamos muito com as atividades docentes, mas este trabalho pode ser feito pelos técnicos administrativos do IFSC também e, claro, pelos alunos. Atualmente, o IFSC conta com 226 discentes que recebem bolsas de pesquisa. 

-> Conheça os programas de pesquisa dos quais o IFSC faz parte

Pesquisador X cientista

É possível dizer que todo pesquisador é um cientista? Para o professor de História do Câmpus Xanxerê Guilherme Babo Sedlacek, que estuda a história da Ciência, esta lógica não necessariamente é correta. “Penso que todo cientista é pesquisador, mas não necessariamente o inverso. Se eu pesquiso sem preocupação com conhecimento crítico, aberto a críticas, já não tenho uma postura científica”, explica.

-> Ciência não é opinião: assista à entrevista do professor para o projeto IFSC Verifica 

As pesquisas feitas no IFSC, guiadas por referências teóricas e metodologias, permitem que os pesquisadores envolvidos nos projetos sejam também reconhecidos como cientistas. Sedlacek destaca que é preciso desenvolver uma formação científica que ensine que ser cientista e pesquisador não significa inventar a roda toda vez. “Não vamos toda vez criar o fogo, mas sim adaptar soluções, trabalhar em cima dos conhecimentos já construídos”, afirma. Segundo ele, o que os cientistas fazem é justamente oferecer uma parcela de contribuição para o desenvolvimento científico mundial.

-> A Ciência está em todo lugar e falamos sobre isso neste post do Blog do IFSC

Diferença da pesquisa dos institutos federais

A pesquisa feita nos institutos federais é, em grande parte, aplicada, sempre buscando resolver problemas da sociedade. “Existe uma conexão estreita com o entorno dos câmpus e com as situações-problema que desencadeiam a geração de ideias e projetos e programas de pesquisa”, ressalta o diretor de Pesquisa do IFSC, Clóvis Petry.

O professor de História do IFSC Guilherme Babo Sedlacek destaca a integração curricular como um diferencial também da pesquisa feita nos institutos federais:


Indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão

Para cumprir sua função social de formar cidadãos, o IFSC adota o princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Neste tripé que embasa as atividades do instituto, a pesquisa tem uma função mais diretamente ligada à produção do conhecimento, conforme explica o professor Guilherme:


Exemplos de projetos 

Mais de seis mil projetos de pesquisa já foram desenvolvidos no IFSC. Mas, como disseram os professores, a pesquisa também é desenvolvida dentro da Extensão e do Ensino.

Confira alguns exemplos de projetos do IFSC:

 

-> Conheça mais projetos do IFSC nestas reportagens em vídeo disponíveis no nosso canal do YouTube

Alguns projetos, inclusive, acabam gerando patentes para o IFSC. É o caso de um dispositivo que auxilia a estabilidade de máquinas de manufatura aditiva de maior porte, que rendeu ao Instituto sua quarta patente no ano passado. Em junho deste ano, um projeto de pesquisa do Câmpus Florianópolis para reduzir o consumo de energia do modo stand by também recebeu uma carta patente de modelo de utilidade. Mais de 40 pedidos de patentes já foram cadastrados pelo IFSC.

-> Veja a lista de pedidos de patentes e as patentes concedidas ao IFSC

Perspectivas para a pesquisa no IFSC

Fazer pesquisa envolve uma série de desafios. Entre eles, o diretor de Pesquisa do IFSC destaca a necessidade de incremento significativo nos recursos financeiros para as equipes e projetos de pesquisa, o reconhecimento da importância da pesquisa aliada à extensão e ao ensino para o fortalecimento da indissociabilidade entre estas três áreas, a necessidade da curricularização da pesquisa, a formação da comunidade acadêmica para a realização de pesquisas em diferentes níveis de complexidade e o incremento no número de pesquisadores, especialmente alunos envolvidos com pesquisa

Segundo Petry, o Instituto pretende fortalecer a Iniciação Científica como estratégia para o aumento na participação de discentes envolvidos nas pesquisas e a qualificação das investigações realizadas no IFSC. "Além disso, pretendemos melhorar os processos, buscando otimizar a simplificar a gestão da pesquisa tanto na Reitoria como nos câmpus, visando também motivar para uma maior participação da comunidade acadêmica nas atividades de pesquisa", destaca. 

O diretor adianta ainda que o IFSC deve iniciar o processo de curricularização da pesquisa nos diferentes cursos do IFSC, por meio da discussão coletiva e regulamentação de acordo com as particularidades institucionais.

Sobre a data

O Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico foi criado por meio de duas leis: a de nº 10.221/2001 e a de nº 11.807/2008. O dia 8 de julho foi escolhido por ter sido nessa data, no ano de 1948, a criação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). uma entidade civil, sem fins políticos ou posições partidárias, que desenvolve atividades para expandir e aperfeiçoar os sistemas nacionais de ciência e tecnologia. 

O objetivo da celebração do Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico é estimular o gosto dos jovens pela ciência e divulgar os saberes científicos para a sociedade. Para o professor de História do IFSC, Guilherme Babo Sedlacek, é função das instituições de educação gerar o interesse nos jovens em se tornarem pesquisadores e cientistas. “Temos que gerar esse interesse para cumprir o nosso próprio papel de instituição da educação profissional e tecnológica porque nós não estamos ali só para formar profissionais pro mercado de trabalho, mas sim para formar profissionais pro mundo do trabalho e esse mundo do trabalho envolve produção de tecnologia, pesquisa e desenvolvimento de competências que eles vão ter necessidade para o ingresso no Ensino Superior”, afirma. 

-> Quer ser um cientista? Veja como se tornar um neste post do Blog do IFSC

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