Potencialidades e riscos da inteligência artificial são assunto de debate no Sepei 2023

SEPEI Data de Publicação: 18 abr 2023 14:04 Data de Atualização: 18 abr 2023 14:13

Que impactos a inteligência artificial (IA) pode ter na educação, mais especificamente nas dimensões do ensino, da pesquisa e da extensão? Esses impactos serão negativos ou positivos? Essas foram questões norteadoras da mesa “Inovações em Inteligência Artificial e perspectivas futuras”, na manhã desta terça-feira (18 de abril). A atividade fez parte da programação do 9º Seminário de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação (Sepei 2023), que prossegue até esta quarta (19) no Câmpus Joinville.

Consulte a programação do Sepei 2023

O pró-reitor de Desenvolvimento Institucional do IFSC, Jesué Graciliano da Silva, observou que a IA pode ter impacto em áreas como a saúde e a segurança pública e até ajudar a resolver questões complexas como as mudanças climáticas. Porém, também há aspectos problemáticos como o encerramento de postos de trabalho e a substituição do ser humano na produção de conteúdos - o que se evidenciou com a ferramenta ChatGPT.

Doutora em Informática na Educação e professora do Câmpus Criciúma, Michele Alda Rosso Guizzo remontou ao início dos anos 2000, quando se falava em “sistemas especialistas”, ou seja, sistemas que de alguma forma reproduziram a capacidade humana de solucionar problemas complexos - algo promissor na época. Hoje, ela vê que ferramentas como o ChatGPT dá possibilidade de um uso crítico para a produção de textos, mas alerta que imagens produzidas a partir de IA podem ser problemáticas.

Trazendo uma perspectiva da Filosofia para a conversa, o professor do Câmpus São José Volmir Von Dentz, doutor em Educação, observou que a filosofia nasceu como a busca da verdade. “Eu acredito que as instituições de educação profissional e tecnológica têm o dever de promover esse debate mais amplo sobre a tecnologia, pois estamos frente a mudanças significativas no mundo contemporâneo”, analisou. Volmir também salientou que a tecnologia não tem valor em si mesma, mas tem valor instrumental, é uma ferramenta. E é preciso discutir se essa utilização pode adquirir um sentido ético.

O professor Mário de Noronha Neto, também docente no Câmpus São José e doutor em Engenharia Elétrica, ponderou que geralmente o conceito de inteligência artificial é associado a ficção científica, mas isso é um exagero. Segundo ele, que é pesquisador na área de Internet das Coisas, a IA não é totalmente independente do ser humano e, se usada de forma correta e orientada, pode trazer muitos benefícios. Noronha também observou que a IA já está no cotidiano das pessoas há muito tempo, em ferramentas como o buscador Google ou as plataformas de streaming de vídeo.

A mesa “Inovações em Inteligência Artificial e perspectivas futuras” foi transmitida ao vivo pelo canal do IFSC no YouTube. Assista à gravação:

 

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