PESQUISA Data de Publicação: 18 jun 2025 15:56 Data de Atualização: 23 jun 2025 16:44
O projeto do Câmpus Itajaí Ocean Stones: um jogo digital para formação sobre o tema oceano foi o vencedor da Olimpíada Internacional do Oceano na modalidade projetos socioambientais de 2025. A pesquisa já havia sido premiada em 2023 na edição nacional da Olimpíada do Oceano (O2), que é organizada pelo Programa Maré de Ciência da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações, e a Unesco e que conta com o apoio do CNPq. “É muito importante o reconhecimento em âmbito internacional de um trabalho muito potente com alunos protagonizando ações de educação ambiental em diversos contextos, principalmente no que se refere à produção de objetos de aprendizagem voltados à conscientização ambiental. Isso é desenvolvido, principalmente, por meio da pesquisa, exploração de possibilidades e da aplicação dos conhecimentos aprendidos em aula. As iniciativas pessoais dos alunos são estimuladas no projeto - fomentando a liderança e a autonomia. É um trabalho que requer muito fôlego e organização. Os resultados são visíveis e trazem importantes contribuições às questões ambientais, de maneira crítica e inclusiva. A premiação obtida é o reconhecimento de um trabalho docente comprometido e engajado com a pesquisa e a extensão”, avalia a professora de Artes do Câmpus Itajaí e coordenadora do projeto Rita Peixe.
O projeto foi desenvolvido de forma colaborativa pela professora Rita e outros dez estudantes do técnico integrado e pela professora Eduarda Giese, que na época era aluna da pós-graduação em Ciências Marinhas Aplicadas ao Ensino do Câmpus Itajaí. Em uma primeira etapa, eles buscaram elaborar uma série de objetos de aprendizagem que abordassem a questão dos impactos da ação do homem nos mares e oceanos.
A partir dos objetos criados, foi desenvolvido, na plataforma Classcraft, um jogo digital em que é preciso encontrar a ocean stone para manter o equilíbrio dos mares e da vida, para isso o jogador precisa passar por cinco fases. Na primeira delas, que é chamada de Caça aos Plásticos, o jogador assiste a um vídeo sobre os riscos do uso excessivo de plásticos e precisa responder um quiz. Ao chegar na fase 2 Para Onde Vai o Plástico que Você Utiliza?, o jogador é levado para 2072, em um mundo onde todas as praias estão impróprias para banho. Na fase 3, o jogador assiste a um vídeo sobre os diferentes tipos de plásticos e sobre as diferenças de densidade entre eles, na fase 4, o enfoque é nos impactos do lixo no oceano e, na fase 5 Como Reduzir o Consumo de Plásticos?, o jogador precisa se colocar no lugar de um grande empresário dono de uma fábrica de plásticos.
Um dos estudantes envolvidos no projeto é Nikolas Reis do técnico integrado em Mecânica do Câmpus Itajaí. “Eu vejo que o meu desempenho estudantil no IFSC melhorou muito por conta de ter participado do projeto porque precisávamos realizar uma série de pesquisas sobre o tema e sobre materiais para o jogo para tentar inovar. Nós aprendemos muito sobre a propriedade dos plásticos, suas densidades e sobre os impactos no meio ambiente. Eu vejo que também auxiliou no desenvolvimento da minha escrita porque precisávamos elaborar uma série de textos científicos sobre a pesquisa.”
O jogo já não está mais disponível no Classcraft, por conta de mudanças ocorridas na plataforma, mas todos os objetos de aprendizagem estão em um drive. O grupo tem interesse em voltar a disponibilizar o conteúdo em uma plataforma de jogos gratuitos, mas para isso precisa contar com o apoio de pesquisadores da área de informática. Eles também pretendem continuar o trabalho de forma colaborativa, mas isso também depende da disponibilidade de bolsas para os estudantes.
Além da premiação nacional e internacional na Olimpíada do Oceano, o projeto também foi premiado na Mostra Científica e Tecnológica do IFSC de 2023.