Saúde mental: como e quando procurar ajuda especializada?

SEPEI Data de Publicação: 19 abr 2023 10:04 Data de Atualização: 19 abr 2023 10:10

A relação entre saúde mental e higiene emocional, bem como a importância de se buscar ajuda qualificada quando as coisas não estão bem, foram tema de debate na tarde desta terça-feira (18 de abril) durante o 9° Seminário de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação do IFSC (Sepei 2023). A mesa-redonda “Saúde emocional, autocuidado, onde procurar ajuda e como ajudar” foi conduzida pelas psicólogas Carla Adriana Silva, da Pró-Reitoria de Ensino (Proen), e Cristina Folster Pereira, do Câmpus Joinville, e pela enfermeira Vanessa Tuono, docente do Câmpus Florianópolis.

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Carla abordou a importância de reconhecer os sentimentos e lidar com eles, identificando situações em que é preciso buscar ajuda. Segundo a psicóloga, a saúde mental depende do que se pode chamar de “higiene emocional”, o que se pode obter a partir da organização das emoções.

A neurociência já identificou dois circuitos neuronais que “organizam” a atividade cerebral: o cérebro emocional e o cérebro racional, que devem sempre manter um equilíbrio (homeostase), acrescentou a enfermeira Vanessa. Segundo ela, quando o indivíduo entra em sofrimento psíquico e não busca ajuda especializada, isso pode levar a transtornos mentais.

É preciso desmistificar a ideia de que os transtornos mentais são “culpa” da pessoa, enfatizou Vanessa. “O transtorno mental é uma doença que causa angústia e altera o modo de pensar, o controle emocional e o comportamento da pessoa, podendo prejudicar a capacidade dela se relacionar”, explicou. Ela salientou também que esses transtornos podem atingir qualquer pessoa, independentemente de gênero, idade, cultura, raça, tribo, religião, formação educacional ou nível social.

O cérebro tem necessidades básicas para atingir o equilíbrio, segundo as neurociências: a pessoa deve buscar estar conectada com o mundo natural (pegar sol pela manhã é muito importante para a saúde do cérebro, recomendou Vanessa), ser útil, praticar atividades físicas regularmente, estar satisfeita com seu trabalho ou atividade e ter propósito na vida. Sem essas práticas, é possível que o desequilíbrio ocorra e a saúde mental do indivíduo seja abalada.

Uma vez identificado o problema, procurar ajuda é fundamental, bem como saber onde essa ajuda especializada pode ser acessada. A psicóloga Cristina relatou a experiência desenvolvida no Câmpus Xanxerê, onde atuava durante a pandemia de Covid-19. Por meio de atividades dirigidas e disponibilização de materiais informativos, a equipe da Coordenadoria Pedagógica conseguiu manter o tema em pauta e orientar os estudantes naquele período difícil de isolamento social e incertezas quanto ao futuro.

De acordo com Cristina, a psicologia escolar tem atribuições bastante focadas no auxílio para a permanência e êxito do estudante. Porém, há casos em que é preciso fazer encaminhamento para atendimentos mais específicos em saúde mental. A indicação é que as pessoas que precisem de ajuda especializada busquem a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), que desde 2011 organiza os atendimentos dessa área no Sistema Único de Saúde (SUS). Outra alternativa é o Centro de Valorização da Vida (CVV), associação sem fins lucrativos que oferece apoio emocional e prevenção ao suicídio. 


 

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